Atualmente, morar em edifícios, tem se tornado cada vez mais natural, principalmente em cidades com mais de duzentos mil habitantes. Quando se trata de morar no centro da cidade ou em bairros vizinhos, as chances aumentam de forma significativa.
Como estamos em uma cidade com mais de duzentos mil habitantes, é muito comum morar em condomínios verticais. Porém, um grande problema é enfrentado logo que chega um novo vizinho ou quando você mesmo é o novo vizinho. Como o mundo é muito eclético e com pessoas advindas das mais diversas classes sociais e culturais é comum ter em um único condomínio vertical, vizinhos de origem rural, empresários ou profissionais liberais bem sucedidos, donas de casa, funcionários públicos, ricos, pobres e os novos ricos. Tudo isso misturado, vira uma verdadeira salada e que, para ser apreciada, precisa ser bem conduzida, do contrário, corre-se o risco de viver num verdadeiro caos.
O maior problema ocorre quando no mesmo edifício reúnem-se pessoas sem afinidade alguma e dentre eles, os mais problemáticos: “os novos ricos”. Pois, geralmente, os “novos ricos”, tendem a misturar amigos de infância e parentes com vizinhos, ou seja, acham que estão em casa e que todos são obrigados a serem amigos e a tolerar seus gritos e aventuras de mal gosto advindas de seus filhos. Isso é péssimo, principalmente quando tratamos de edifícios em que a maioria dos condôminos é profissionais liberais ou empresários, pois estas pessoas tendem a passar a maior parte do seu dia fora do seu apartamento, e ao retornarem, por volta das dezenove horas, ainda têm muito que fazer, como: lanchar, fazer os deveres escolares com os filhos, ver os filhos e conversar com eles, ler, estudar, assistir a jornais e até mesmo, tomar um agradável banho relaxante. É uma rotina cansativa e até mesmo estressante, mas que ainda pode piorar quando um ou mais dos vizinhos são aposentados ou donas de casa que querem te visitar todas as semanas, e ainda querem que os filhos de todos os apartamentos sejam amigos, e exigem que filhos alheios entrem e saem de nossas residências como se fossemos verdadeiros avós.
As pessoas devem saber diferençar os vizinhos, pois amizades se constroem durante uma vida ou por questões de afinidades. E cada família educa seus filhos a seu modo, como tem famílias que querem que o filhos estudem, façam os deveres, lanchem, conversem com os pais e descansem ao chegar em casa e do outro lado, temos aquelas famílias que valorizam mais o lado infantil e de brincadeiras e querem, a todo o custo, que todos os pais vejam isso como regra imutável. Mas a vida não é assim e as pessoas precisam saber a respeitar essas diferenças e não interpretar a ausência de um vizinho, ou o fato do seu filho precisar estudar mais em casa do que brincar nas dependências comuns do edifício, como repulsa ou descaso. Isso é muito perigoso, pois de um mero vizinho você pode ganhar um belo inimigo.
Além dessas diferenças sociais e culturais, temos ainda os problemas nas áreas comuns do edifício, como crianças que rabiscam paredes, elevadores, sofás, entram no hall privativo dos apartamentos e tocam a campainha diversas vezes seguidas, etc. Isso, além de gerar um grande incômodo, pode envolver outras crianças que acabarão levando a culpa somente pelo fato de estarem presentes nestes momentos de aventuras de mau gosto.
Por mais que existam regimentos e regras internas tem pessoas que simplesmente as desconhecem ou não as respeitam, nestes casos a saída é uma advertência interna e se não houver mudanças, uma advertência judicial.
Condôminos verticais devem saber separar quatro tipos de pessoas com quem convivem de alguma forma:
Família: Aquela que mora com você e que você escolheu estar presente durante certo tempo ou por toda uma vida;
Parentes: Aqueles impostos em suas vidas, sem direito de escolha, mas com direito de escolher com quais conviver e ter uma verdadeira amizade e escolher ficar distante daqueles falsos e que nunca estão ao seu lado para apoiá-lo em momentos difíceis, para não dizer daqueles parentes fofoqueiros, em que toda distância é pouca;
Amigos: De infância, quando ainda pela imaturidade, são escolhidos pelo fato de morarem perto ou serem da mesma escola, mas que com o tempo ficarão mesmo somente os verdadeiros amigos, aqueles eternos. E amigos da fase adulta: Aqueles amigos que você seleciona por afinidades, seja social ou cultural;
Vizinhos: Aquelas pessoas que por motivos circunstanciais residem no mesmo prédio que o seu, mas nem por isso, se tornam amigos. Muitos apenas irão se cumprimentar por anos e anos e outros nunca os cumprimentarão, e ainda, temos aqueles que por afinidades poderão tornar-se amigos.
Por fim cabem algumas dicas:
1) Cuidado com o novo vizinho ou cuidado com os vizinhos, quando você é o novato do edifício: avalie bem antes os vizinhos, procure saber quem são, de onde vêm e o que fazem, para somente depois deixar ocorrer naturalmente uma aproximação;
2) Ao receber um novo vizinho dêem as boas-vindas e faça o mesmo se apresentado, preferencialmente por escrito, quando você for o novo vizinho;
3) Respeite as normas internas e faça silêncio após às 22 horas;
4) Tenha tolerância com festas, mas não precisa agüentar músicas e gritos altos por volta da meia noite, embora a Lei do silêncio diga 22 horas, aprenda a ser um pouco mais tolerante;
5) Desça com o carrinho de compras o mais rápido possível;
6) Respeite cada vizinho, cada regra que ele deseja impor na casa dele, como o horário dos filhos dormirem ou o fato de gostarem ou não de visitas;
7) Cumprimentar os vizinhos pelo nome ao entrar ou sair do elevador, se chama educação e mostra que você tem classe;
8) Em reuniões, saiba receber críticas construtivas e saiba pedir desculpas, se for o caso;
9) Não usar funcionários do edifício para fazer trabalhos para você ou para seu apartamento, como ajudar subir as compras, etc.;
10) Se tiver dicas ou reclamações participe das reuniões, do contrário, não reclame, pois perdeu, momentaneamente, seu direito a isso.
E caso seja um sorteado para ter somente vizinhos loucos ou mal educados, mude de prédio e garanta sua saúde.
Insight por: Fernanda Vargas